sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pobre Mercadante...


Para quem já foi considerado um político promissor, uma estrela emergente de um partido de esquerda e foi o senador mais votado da história de São Paulo, com 10 milhões de votos em 2002, o senador Aloízio Mercadante pode ter enterrado sua carreira política com a decisão anunciada hoje de revogar a "irrevogável" renúncia ao cargo de líder do governo no Senado que tinha sido anunciada ontem pelo seu twitter.

Mercadante, que estava às turras com o governo, desde o início dessa crise que se arrasta no Senado, teve nessa semana o ápice de sua irritação, quando teve sua liderança desautorizada pela cúpula do PT, através do seu atual presidente Ricardo Berzoini, que orientou a bancada a votar pelo arquivamento de todas as denúncias contra Sarney no Conselho de Ética posição claramente contra a opinião de Mercadante declaradamente favorável a apuração de todas as denúncias.

O líder do partido do governo no Senado é um dos cargos mais importantes do cenário político, no entanto, desde o início da crise o governo e as lideranças do PT é que dão as cartas no Senado relegando à Mercadante um papel secundário e isolado. Em um desses momentos ele disse ser contra a permanência de José Sarney na presidência enquanto ocorre a apuração das denúncias.

Essa semana parecia que Mercadante daria um basta na situação, renunciando a um cargo que na prática já não lhe pertence mais. Mas hoje recuou de sua decisão anunciada, depois de uma reunião às portas fechadas com Lula na noite da última Quinta-feira (20/08) no Palácio do Planalto.

Mercadante implodiu sua carreira política ao permanecer no cargo e compactuar com os métodos do governo de "a qualquer custo" financiar a permanência no poder, claramente com vistas às eleições de 2010, rasgando todas as bandeiras do partido como Ética e Transparência. Essa postura nem de longe lembra o Senador eleito por São Paulo com posições sempre claras e contundentes e declarações muitas vezes duras.

Ao invés de seguir o mesmo caminho, os Senadores Flávio Arns (PT-PR) e Marina Silva (PT-AC) anunciaram a saída do partido por divergências com o atual caminho seguido por todos. Flávio inclusive se disse envergonhado após a votação do conselho de ética que arquivou as 11 representações contra Sarney:
"Me envergonha estar no Partido dos Trabalhadores com o comportamento que está tendo. Achava que as bandeiras eram para valer e não para mudar por causa da eleição”, disse Arns durante um discurso no plenário pedindo desculpas aos seus eleitores. Ele disse ainda: "o partido pegou a folha da ética e jogou no lixo".

É por tudo isso que eu digo: Pobre Mercadante...

3 comentários:

  1. Teste de postagem de comentário.
    André

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  2. Sensacional. Espero que tais comentários se espalhem pela internet trazendo o cidadâo à nossa dura realidade de buscar alguém na política que realmente seja de caráter.
    Sua titia Cida Noronha

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  3. É, vamos preparar o bolso, pois com certeza após as eleições nossos queridos deputados e senadores irão aprovar.

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